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Passeio pelo Manguezal de Santos

Guará Vermelho

A menos de 70 km de uma das maiores cidades do país, está uma área protegida de 120 km², entre o Mar e a Serra.

O mangue é um dos ecossistemas mais delicados do planeta e abriga espécies de flora e fauna muito peculiares.

No Mangue localizado na região de Santos e Cubatão, ou seja, no Manguezal mais próximo de São Paulo vem ocorrendo forte retorno de uma espécie de ave que já não se avistava mais por ali desde a época da colonização, pois os indígenas locais usavam muito suas penas vermelhas em adereços.

Mais tarde quase nada conseguiria viver nesta área devido à poluição causada pelas comunidades que se instalaram as margens da área e pelo maior porto exportador do Brasil, o Porto de Santos.

A espécie é o Guará-Vermelho, ave que só é vista atualmente no Amapá e em poucos pontos do litoral paulista, além de alguns países da América Latina e Caribe.

Este retorno serve como premiação para o município vizinho de Santos, Cubatão, que já foi considerado o mais poluído do mundo. O compromisso de despoluir a área teve participação de toda a sociedade e hoje, a natureza volta a ser exuberante como sempre.

A coloração avermelhada da ave é devido a se alimentar de um tipo de caranguejo que provoca a cor vermelha. Também conhecida como íbis-escarlate, o guará tem sido avistado aos bandos, convivendo com outras espécies ali presentes. Seu bico comprido serve para comer caramujos e caranguejos sob a lama. Os filhotes são mais rosados, depois ficam vermelhos.

Mas os guarás-vermelhos não estão sozinhos neste paraíso. Ali também são avistados colhereiros-brancos (na verdade eles são rosa), garças, garças imperiais, socós (inclusive o caranguejeiro), garças azuis, gaivotas, biguás, entre outros.

Uma forma de ver tudo isso de perto é por meio de passeio de barco a partir da Ilha de Caraguatá, na divisa entre Santos e Cubatão. A embarcação deve ser pequena, que não exija tanto calado e com motor silencioso, para não assustar as aves.

Este passeio é oferecido pela Náutica da Ilha que pertence ao ex-secretário de meio-ambiente de Cubatão, o Daniel. Ele mesmo pilota o barco e detalha informações sobre o mangue e sua vida selvagem. Mas ele também fala de poluição e problemas atuais, em passagem por áreas mais poluídas.

À medida que o barco se aprofunda no mangue, a vegetação vai gradualmente apresentando características e espécies da Mata Atlantica. A água deixa de ser salobra, portanto a diversidade aumenta, formando um verdadeiro viveiro natural.

Tudo isso muito próximo das industrias, que um dia foram também responsáveis pela degradação local. Hoje ainda há muita poluição e populações ribeirinhas provocando visíveis danos ao ambiente, porem já percebe-se uma fase de recuperação. Enfim, um país emergente corrigindo problemas ambientais gradativamente.


Aqui os rios têm nome como ruas e a maioria deles não têm nascentes. Durante o passeio, a embarcação sai pelo Rio Casqueiro (não muito limpo) e adentra o mangue pelo Rio Cascalho, o qual vai em direção das montanhas da Serra do Mar. Os nomes dos rios são em homenagem aos sambaquis, também encontrados nesta região.

O passeio deve ser feito pela manha, sempre em conformidade com a vazão da maré, quando os animais ficam mais expostos. A jornada leva aproximadamente 3 horas.

Conheça a Expedição Guará Vermelho

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